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sexta-feira, 20 de julho de 2007

A derrota de António Costa e da sua Campanha

Diz Rui Teixeira Santos, no Semanário: "Nunca tinha acontecido. Numas eleições todos os candidatos perderam. António Costa está politicamente liquidado. O número dois do Governo socialista, com todos os apoios e meios, com a comunicação a fazer o frete, e, sobretudo, depois do desastre da gestão do processo por parte do PSD e das suspeitas contra a gestão anterior, ter apenas 29% dos votos, é uma derrota sem precedentes na história do PS. Ainda por cima, com mais de 62% de abstenções, o que naturalmente beneficia os partidos maiores."

Ao contrário do que anda toda a gente a dizer, eu concordo com a análise do Rui Teixeira Santos. O António Costa perdeu as eleições de Lisboa. Se, ainda por cima, pensarmos que a pré-campanha começou com números perto dos 35% para António Costa e que os 7 vereadores eram quase uma certeza (na altura a grande preocupação das restantes forças era fazer com que ele não chegasse aos 8 e mesmo aos 9), o resultado final dele (29% - menos 6%!) é desastroso.

E a história da abstenção sem precedentes não é explicação para estes resultados. Porque como maior partido no panorama político nacional, o PS deveria ter feito uma campanha que mobilizasse os eleitores. Também aí falhou António Costa.

E analizando a performance de Helena Roseta e o erro de, ao contrário de Carmona Rodrigues, não ter o seu nome no boletim de voto, ainda maior derrota se pode dar a António Costa. É que a arquitecta foi perdendo votos desde o início da campanha mas, ao contrário do que se poderia esperar, não foi para António Costa mas sim para Ruben de Carvalho e para José Sá Fernandes. Ao não conseguir capitalizar a perda de votos de Helena Roseta, António Costa perdeu.

Pelo que diz o Rui Teixeira Santos (e que eu concordo) e pelos outros dados, eu acho que a campanha de António Costa foi mal conduzida. Não seria de esperar a maioria absoluta. Mas os 7 vereadores (ou mesmo os 8) seria um resultado atingível. Sobretudo sabendo que o Governo deu uma grande ajuda à candidatura ao esvaziar temporariamente a questão OTA.

Por isso é que, ao contrário do mercado da comunicação e do próprio, que anda a dizer que o LPM contabilizou mais uma vitória eleitoral, eu acho que esta tem um sabor muito grande a derrota... É que o que conseguiu, até a chafarica da esquina teria conseguido...


(Ah... E espero que o grande consultor de comunicação não tenha tido nada a ver com o rídiculo que foi trazer pessoas de fora de Lisboa para as comemorações da vitória...)