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quarta-feira, 20 de outubro de 2004

O céu está connosco

Estás triste? Estamos tristes? Assim parece... Tanto parece que até o céu partilha a nossa tristeza e chora copiosamente desde segunda-feira.

É bom ter amigos assim...

sexta-feira, 17 de setembro de 2004

À distância de um telefonema

Às vezes acabamos por magoar quem gostamos sem querer. E tudo só por não pegar num telefone. Não será por mal. É apenas por achar que há valores seguros e que esse acto não é necessário para a manutenção do que existe.

Mas seguros nunca são os valores. Se o fossem era muito mais fácil...

E, em vez de um gesto tão simples como pegar num telefone, móvel, fixo (ou o que quer que venham a inventar), damos por nós a pensar que "talvez não seja necessário", que "daqui a um bocado ligo", que "já é tarde e não vou incomodar"...

Mas incómodo maior do outro lado é não ligar. E nunca é tarde para demonstrar o que se sente. Por isso é necessário. Sempre.

E depois damos por nós a pedir desculpas - aquelas que não se pedem, evitam-se - normalmente por escrito, seja por email, seja aqui, numa blogoesfera que torna tudo pessoalmente impessoal.

Pensar que o carinho e o conforto pode estar à distância de um telefonema, faz-nos sentir estúpidos por não o fazer. E estúpidos somos quando não o fazemos...

terça-feira, 14 de setembro de 2004

Ser (des)humano

A frieza da demonstração não é idêntica à frieza da sensação. O que se sente não é necessariamente o que se mostra. O que se mostra nem sempre revela o que se sente.

E sentir é viver. É partilhar o fundo do nosso ser com o que se move à nossa volta, dentro de nós, fora de nós, fora de tudo. É uma realidade tão inatingível como real é o que não se vê. O que não nos toca, nunca deixando de deixar a sua marca. Marca tão profunda como o sinal que nos marcou quando rimos pela primeira vez. Quando o sal nos abandonou por amor… Quando o fomos buscar ao mar dos olhos de quem amámos, amamos, amaremos…

Marca semelhante à da negritude de quem à terra foi roubado para servir. Servir e não sentir… Sentir e não mostrar…

Mostra-me… Deixa-me perceber que estou vivo… Deixa-me sentir o sal dos teus olhos… O mar do teu sentimento…

Deixa-me sentir…

A idade dos porques

Porque não me apetece…
Porque não me apetece viver uma vida de um dia após outro…
Porque não me apetece ser o eterno motor da vida à minha volta…
Porque não me apetece carregar nos ombros o peso da (i)responsabilidade dos outros…
Porque não me apetece achar que estou no centro…
Porque gostava…
Porque gostava de gritar “Deixem-me! Sou apenas humano”…
Porque gostava que percebessem as fraquezas e valorizassem as minhas forças…

Porque gostava de poder sair de mim, sem qualquer preocupação com os pensamentos de terceiros, sem pensar nas consequências, por muito funestas que fossem, por muitas bocas que se abrissem, por muitos olhos que se fechassem, por muita mesquinhez que arrastasse, por muita pequenês que se manifestasse…

Porque sim…

Porque sou humano…
Porque posso e quero gritar…
Porque também gosto do ombro…
Porque gosto do carinho…
Porque gosto da compreensão, do entendimento, dos mimos e de ser…
Porque quero ser desejado na proporção da medida com que desejo…
Porque amarei na vontade de ser amado…
Porque odiarei em resposta ao ódio que provoco…
Porque sou capaz, porque quero e posso, porque só tenho um único desejo…

Porque só quero ser feliz…

segunda-feira, 13 de setembro de 2004

Porque há um Quim

Foram muitas as vezes que ouvi o Quim a falar do seu blog.
Tantas que cheguei a duvidar que existisse o tal blog. Tantas que cheguei a desejar que ele não existisse mesmo...
Mas existe e acabou por ser uma lição para mim, o blogocéptico.
Ainda não partilho o nível de entusiamo do Quim. Mas pode ser que lá chegue...
Para já percebi o prazer de deixar as minhas "solturas" por aqui. Disponíveis para quem tiver a paciência de as ler (sim, porque é preciso paciência para se ler isto).
Por isso, obrigado Quim!
Obrigado pelas conversas que acabaram sempre no assunto blog.
Obrigado pelo incentivo que deste sem o saber.
Obrigado por partilhares os teus pensamentos.
Obrigado por fazeres dessa partilha o alento para que outros também partilhem.

No início podia ser o verbo

Mas não foi...
Uma descarga anormal de corrente deitou abaixo qualquer tentativa de recuperação de algumas verborreias antigas...
Solturas que romperam amarras e voaram por aí.
Deixaram de pertencer a um autor, a um leitor, a quem quer que seja...
Soltaram-se e cumpriram o sentido da sua existência...
Pode ser que um dia voltem aqui.