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terça-feira, 14 de setembro de 2004

Ser (des)humano

A frieza da demonstração não é idêntica à frieza da sensação. O que se sente não é necessariamente o que se mostra. O que se mostra nem sempre revela o que se sente.

E sentir é viver. É partilhar o fundo do nosso ser com o que se move à nossa volta, dentro de nós, fora de nós, fora de tudo. É uma realidade tão inatingível como real é o que não se vê. O que não nos toca, nunca deixando de deixar a sua marca. Marca tão profunda como o sinal que nos marcou quando rimos pela primeira vez. Quando o sal nos abandonou por amor… Quando o fomos buscar ao mar dos olhos de quem amámos, amamos, amaremos…

Marca semelhante à da negritude de quem à terra foi roubado para servir. Servir e não sentir… Sentir e não mostrar…

Mostra-me… Deixa-me perceber que estou vivo… Deixa-me sentir o sal dos teus olhos… O mar do teu sentimento…

Deixa-me sentir…

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