Ovi Store

terça-feira, 17 de abril de 2007

Bastidores

Gosto de pessoas dos bastidores. A sério que gosto! Trabalhar longe das luzes da ribalta, mas fazendo com que o jogo "vire" a nosso favor, dá gozo.

Eu próprio gosto de me ver como uma pessoa de bastidor. E sinto-me bem nesse papel.

Mas é preciso ter a noção que há bastidores e bastidores. E se o bastidor for apenas uma forma confortável de se esconder de responsabilidades, mudando as coisas por vontade de afirmação, não pela vontade de construção, mas para não mudar o status quo, sem ter que dar a cara, então o bastidor deixa de o ser e passa a toca. Toca, ou covil, das feras. E a fera que tem medo de saltar cá para fora tem, claramente, um problema de personalidade.

Não tenho, nem nunca tive, medo de lutar contra alguns status quo. Mas gosto mais de confrontos directos. Sei lutar nos bastidores, mas não tenho a cobardia de nunca sair de lá.

Caríssimos. Se gostam de manter posições e afirmar pessoalmente as opções de uma organização, então saltem do covil. Assumam essas posições e lutem por elas. Às claras.

É que os bastidores são giros e confortáveis. Mas são escuros... E não bronzeiam...

Vou, vou, fui...

Para quem leu uma breve no Expresso a anunciar uma mudança de cadeiras (de uma agência para outra) fique desde já a saber que a dita breve está desactualizada...

Sim. A experiência foi positiva (sobretudo porque me obrigou a rever a minha "posição" no mercado), mas foi curta.

Não me revi, nem conseguiria fazê-lo na forma de "estar" deste meu novo projecto. E, assim, só restavam duas opções: Ou eu mudava, ou mudava a agência. Como achei injusto fazer qualquer uma das duas opções (porque não me apetece mudar convicções - as minhas ou as de outros) optei pela terceira via: Sair...

E fi-lo antes que a coisa pudesse assumir proporções complicadas quer para mim, quer para a agência.

E agora? Bom... Agora há um mundo de possibilidades. Umas mais desafiantes que outras, umas mais seguras, outras menos.

Mas virar uma página tem sempre escondida este tipo de emoções. "O que é que se irá encontrar no outro lado?". Ainda não sei responder a esta questão. Espero vir a responder brevemente de uma forma clara e simples: "Concretização, gosto e felicidade".

E isso, neste projecto, seria uma miragem, pela qual não me apetecia esperar...

Boa onda

Este fim de semana fui pela primeira vez sozinho para dentro de água... Com uma prancha, entenda-se...

Depois de várias aulas de surf, na Alfarroba Surf School (que recomendo vivamente), optei pelo Bodyboard e, aproveitando uma magnífica prenda de anos, lá me resolvi a tentar a minha sorte nas (boas) ondas da Costa da Caparica.

Apesar de ser altamente maçarico, de não ter feito nada de jeito, lá consegui passar a rebentação! Para quem anda nestas paragens isto é banal. Para mim não é e fiquei muito feliz com o feito. Que é para continuar!

No meio disto tudo, devo esta minha nova "paixão" à Flor do meu jardim (pela insistência e, sobretudo pelas prendas que me "obrigaram" a tirar a assentadeira do sofá e ir em frente), ao Francisco Rivoti (da Alfarroba, pelos conselhos e ensinamentos mas, sobretudo por me ter "contagiado"com o "bicho") e ao Miguel Costa (pela inspiração e exemplo).

E assim nasceu, ou melhor, se concretizou uma paixão...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Comentários aos comentários

Quando iniciei este blog, a idéia era só colocar uns textos soltos, sem grandes pretensões ao que quer que seja. Por isso, tinha assumido que não iria blogar politicamente, até porque é uma área que não quero tornar públicas as minhas opiniões. Para isso há muitos outros blogs, de pessoas muito mais informadas... Ou não...
Mas não resisiti a escrever sobre o "tema" do momento, até porque o mesmo já me chateia, pela sua inutilidade.

Asim, aqui vão os comentários à entrevista de José Sócrates à RTP e RDP, retirados durante o dia de hoje de alguns sites noticiosos da praça. E a seguir os meus comentários aos ditos comentários.

E começou com uma conferência de imprensa:
Marques Mendes
O líder do PSD considerou hoje que a explicações do primeiro-ministro acerca do seu percurso académico foram «muito pouco esclarecedores» e sugeriu a José Sócrates que peça uma investigação sobre todo o processo a uma entidade independente.

«A legitimidade de um primeiro-ministro vem dos votos, não dos títulos académicos. Mas, utilizar um título que não se tem, fazer passar-se por aquilo que não é revela uma falha de carácter, mina a credibilidade e afecta sua a autoridade», afirmou o líder do PSD, Luís Marques Mendes, numa conferência de imprensa.

«Restam muitas dúvidas, o que é muito prejudicial no plano interno e no plano internacional», sustentou Marques Mendes.

Para dissipar todas as dúvidas, Marques Mendes afirmou haver uma única solução, sugerindo a José Sócrates que solicite uma investigação a uma entidade independente, não tutelada pelo Governo.

«Só há uma solução: que o primeiro-ministro tome a iniciativa de pedir a uma entidade independente, não tutelada pelo Governo, uma investigação», adiantou, salientando que «quem não deve, não teme».

Questionado sobre que tipo de entidade é que se estava a referir, o líder social-democrata escusou-se a especificar, argumentando que não lhe cabe a si «concretizar».

O líder a (curto) prazo também não resisitiu:
Ribeiro e Castro
O líder do CDS-PP disse hoje que ainda ficaram algumas questões por esclarecer sobre o percurso académico do primeiro-ministro e sublinhou a necessidade de se acabar de vez com as dúvidas em nome da credibilidade do Governo.

«O CDS não faz política pela chicana pessoal mas segue com preocupação esta situação, porque afecta a imagem, a credibilidade e a confiança que é indispensável ter no Governo», referiu Ribeiro e Castro aos jornalistas.

«É indispensável que a opinião pública portuguesa não tenha uma réstia de dúvida, não só sobre a correcção e lisura do procedimento e percurso curricular e pessoal do primeiro-ministro, mas também que nunca procurou aparentar ser o que não era», frisou.

Para Ribeiro e Castro, por causa desta questão, a imagem do Governo ao longo destas semanas tem saído «beliscada, ofuscada e perturbada».

O PCP também entrou no jogo:
Vasco Cardoso
«O PCP regista o esclarecimento do primeiro-ministro, José Sócrates, sobre o processo que envolveu o seu percurso académico e a sua licenciatura», refere Vasco Cardoso, da comissão política do PCP, numa nota enviada à imprensa.

«Sem prejuízo da utilidade de se ver esclarecida esta questão, não é possível deixar de observar que a mesma tem sido sobretudo utilizada como instrumento de distracção dos reais problemas do país», frisou, sem concretizar quem é que, para o PCP, tem instrumentalizado o tema.
Vasco Cardoso considerou que «mais do que o grau académico, o que conta é o sentido e conteúdo das políticas de direita do Governo PS presidido por José Sócrates».

O dirigente acrescentou que «o que afecta seriamente a credibilidade do primeiro-ministro é o rasto de promessas não cumpridas e as inúmeras decisões que se traduziram no agravamento dos principais problemas do país».

O canditado a destornar o líder a (curto) prazo:
Paulo Portas
«Obviamente a questão pessoal do primeiro-ministro causa estragos na sua imagem e na confiança que os portugueses tinham nele. Esses estragos estão causados», afirmou Paulo Portas, em declarações aos jornalistas.

O outro candidato, ou o que acha que é:
Luís Filipe Menezes
«Do ponto de vista político sinto-me esclarecido, o que não significa que dê uma nota positiva», disse Luís Filipe Menezes à Lusa. Esclarecimentos que, no entender de Luís Filipe Menezes, serviram para colocar um ponto final na polémica, «independentemente do tratamento que a comunicação social queira continuar a dar ao caso».

«O sentimento que tenho é que os portugueses já fizeram o seu juízo e, agora, querem é que o Governo governe. Os portugueses estão é preocupados com o crescimento económico, com o desemprego. Não me parecem particularmente interessados no percurso académico do primeiro-ministro».

E a resposta do visado (por intreposta pessoa):
Pedro Silva Pereira
«O primeiro-ministro deu esclarecimentos e respondeu de forma clara e convincente a todas as insinuações lançadas nos últimos dias sobre as suas habilitações académicas. Perante isto, Marques Mendes teve uma reacção deplorável, de quem quer fazer política com base nos julgamentos de carácter e nos insultos pessoais», reagiu o titular da pasta da Presidência.

Pedro Silva Pereira declarou depois que «só os fracos recorrem ao insulto» e que «os portugueses rejeitam esta forma baixa de fazer política, tal como o fizeram nas últimas eleições legislativas, quando foi lançada [contra o actual primeiro-ministro] uma campanha negra de que todos estão recordados».

Segundo o ministro da Presidência, a proposta de abertura de um inquérito feita pelo líder social-democrata «não passa de uma tentativa de fazer ataques pessoais e de alimentar um folhetim para julgamentos de carácter dos seus adversários políticos».


E agora eu, que não sou mais que eles, mas que também não gosto dos complexos de inferioridade...

Porquê? Porquê este chinfrim todo? O senhor é inginheiro? Não é? Andou a enganar o país? Só porque embarcou na mania nacional que só pode exercer poder quem tem uma licenciatura? A Independente favoreceu-o?
Who cares? Tirando a mania das grandezas que é, infelizmente, comum à maioria dos lusos, Sócrates não fez mais do que a maioria de quem o critica faria nas mesmas circunstâncias. Quais inquéritos, qual perda de "pedestal", qual quê... Este país precisa é de avançar. Continuar a reforma do Estado e da Administração Pública, continuar a retoma económica, reduzir o desemprego. Em suma, de resolver problemas de décadas.
E por muito que não me seja simpático, tenho que concordar com o Luís Filipe Menezes e com o PCP. Deixem-se de lérias e passemos a coisas sérias. Acabou a diversão, voltemos a trabalhar, sob o risco de continuarmos a ver o futuro por um canudo...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Independentemente de tudo o resto

Estou farto desta questão da licenciatura do Primeiro Ministro. Se é licenciado, bacharel, pós graduado ou o raio que os parta. O que eu quero é que exista alguém que governe, que decida e que, independentemente do grau académico, assuma a liderança do Governo.

Por isso, apesar de achar que tarde de mais, gostei de ver o Primeiro Ministro a esclarecer uma coisa que nem sequer deveria ter sido polémica porque, honestamente, ninguém tem alguma coisa a ver com o assunto.

Não gostei de ver é um jornalista que confunde agressividade (que era necessária para mostrar uma suposta independência do canal em relação ao Governo) com estupidez. É que fazer perguntas imbecis e perfeitamente senso comum não prova imparcialidade. Prova imbecilidade...

Também acho piada às acusações à volta dos assessores de imprensa ligarem para os jornais. Então um assessor de imprensa serve para quê? Para ler os jornais e informar o senhor Primeiro Ministro do que foi publicado? Isso não se chama assessoria de imprensa. Chama-se clipping...

Ò meus senhores. Deixem-se de fazer de virgens ofendidas e voltemos lá ao trabalho que o intervalo já acabou.