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terça-feira, 14 de setembro de 2004

A idade dos porques

Porque não me apetece…
Porque não me apetece viver uma vida de um dia após outro…
Porque não me apetece ser o eterno motor da vida à minha volta…
Porque não me apetece carregar nos ombros o peso da (i)responsabilidade dos outros…
Porque não me apetece achar que estou no centro…
Porque gostava…
Porque gostava de gritar “Deixem-me! Sou apenas humano”…
Porque gostava que percebessem as fraquezas e valorizassem as minhas forças…

Porque gostava de poder sair de mim, sem qualquer preocupação com os pensamentos de terceiros, sem pensar nas consequências, por muito funestas que fossem, por muitas bocas que se abrissem, por muitos olhos que se fechassem, por muita mesquinhez que arrastasse, por muita pequenês que se manifestasse…

Porque sim…

Porque sou humano…
Porque posso e quero gritar…
Porque também gosto do ombro…
Porque gosto do carinho…
Porque gosto da compreensão, do entendimento, dos mimos e de ser…
Porque quero ser desejado na proporção da medida com que desejo…
Porque amarei na vontade de ser amado…
Porque odiarei em resposta ao ódio que provoco…
Porque sou capaz, porque quero e posso, porque só tenho um único desejo…

Porque só quero ser feliz…