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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Matemáticas profissionais

Porque é que a arrogância de alguns profissionais é, por norma, inversamente oposta à sua competência?...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

E talvez adeus

A chuva corria-lhe copiosa pela cara. Lavava-lhe as lágrimas solitárias que teimavam em revelar a sua alma, o seu estado. Insistia em não abrir o guarda-chuva. Insistia em não abrir o seu coração. A água que corria pelo rosto confundia-se com a que saía das janelas abertas na face.

Para quê? perguntava-se insistentemente. Para quê continuar? questionava ao caminhar para a encharcada solidão do seu ser.

Sou incapaz de amar e de ser amado. caminhavam os seus pensamentos na direcção do frio implacável da solidão do espaço que elegeu para passar as noites.

As amizades, quando não regadas, secam como o mais belo cravo vermelho, em dias de um sol implacavelmente esquecido da liberdade. seguia o cérebro, acompanhando o vai e vem do comboio, seu companheiro do esquecimento.

Só. não conseguia deixar de se sentir. Só e triste. Farto da escolhas que a vida foi fazendo por si. Cansado das opções que nunca se fizeram.

Sim, para quê? insistia. Que diferença fará a inexistência da solidão? questiona-se.

O espaço foi reduzindo. As paredes frias aproximam-se galopantes. A dura porta fecha-se como um dia se fechou o coração. Os bens duramente amealhados não falam, não partilham os seus estados. Estão. Exibem-se.

A varanda aberta para o mar, salgado quanto as suas lágrimas, é um abismo, uma vertigem. Chama por si, como um dia foi chamado pelos seus ente queridos. O vazio oferece-se como se ofereceu um dia. Já não há barreiras. Ao adeus. Aos seus a deuses. As asas que deveriam existir não se abrem. Como a mente que se fechou há muito tempo.

Adeus... Um dia voltará...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Biter sweet symphony

Espero nunca falhar com a minha presença e amizade aos que me são próximos e queridos. Espero poder estar próximo sempre que for preciso, nos bons e nos menos bons momentos. Espero conseguir romper com uma letargia e comodismo, por vezes egoismo, que infelizmente marca as nossas vidas hoje em dia.

É triste perceber, com o desaparecimento súbito de amigos próximos, com o afastamento geográfico de outros, que nem sempre estive com eles o tempo que gostava. Nem sempre partilhei os seus bons e maus momentos, nem sempre me entreguei como devia e queria.

A desculpa da falta de tempo já não chega. É vã e fácil. Para as verdadeiramente importantes facetas da nossa vida temos que ter tempo. Arranjar tempo. Custe o que custar, o que na maioria das vezes, nem custa nada.

Não é fácil estar num momento em que a fragilidade física impede uma série de coisas e não receber o apoio dos amigos. Raras visitas, raros telefonemas, raras manifestações. Diz-se que é nos momentos mais frágeis que se percebe quem está mesmo do nosso lado. Será verdade? Senti a amizade e carinho de um conjunto de pessoas. Poucas. Felizmente muito importantes para mim. Demasiado importantes para me dar ao luxo de as perder.

Mas e as restantes? Aquelas que eu achava que podia contar? Nas suas vidas não houve espaço para mim. Nas suas rotinas diárias não houve tempo para outras preocupações. Foi triste perceber.

Não quero cair na mesma asneira. Não posso. Quero estar próximo. Quero mante-los próximos.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Gestão por sms

As novas tecnologias têm destas coisas. São muito úteis até ao momento em que o exagero as torna perfeitamente inúteis.

Primeiro conheci um director de uma empresa de comunicação que "falava" com os seus colaboradores (cerca de 15) por sms. Mesmo as decisões mais estruturais, aquelas em que ficava bem uma explicação pessoal, eram anunciadas por esta via. Os resultados eram os melhores possíveis! Não melhor maneira de deixar toda uma equipa contra toda e qualquer medida...

Depois descobri que é possível existir um director de outra empresa de comunicação contactar os seus clientes, mesmo no meio de uma crise aguda, dizendo, por sms, claro está, que "estamos disponíveis para o que for necessário". No meio da agitação normal em situações de crise, não melhor que receber uma mensagem reconfortante como esta...

Será que estes gestores conhecem a comunicação pessoal? Ao vivo e a cores? Será que percebem que o telemóvel, para além dos sms, também dá para falar?

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Uma colheita assistida, por favor...

A questão da natalidade (ou melhor da ausência dela) nos países desenvolvidos está na ordem do dia. Como gosto de ser uma pessoa informada e ligada aos movimentos do momento, resolvi fazer um espermograma para ver se a tal questão (ou a ausência dela) não tinha nada a ver com factores biológicos da minha pessoa.

Acontece que, para mal dos meus pecados, vejo filmes e séries americanas, onde os senhores que vão fazer a colheita para a referida análise são tratados decentemente e encaminhados para salas confortáveis, onde existem estímulos visuais (entre impressos e videográficos) para facilitar o normal decorrer da coisa.

Pois... Parece que essa coisa é mesmo nos filmes e séries americanas... No nosso Portugal, pela minha experiência, a coisa não é bem assim... É mais:
- Fez a colheita em casa?
- Mas não era suposto fazê-la aqui? É que me disseram que era mais seguro para os resultados.
- Sim, pode fazê-la aqui.
(Influenciado pela cultura audio-visual americana, pensei "É lá, vou começar o dia com estímulos visuais. E pode ser que seja melhor que o canal XXL - para quem não sabe é o novo nome para o mítico canal 18)
- Aqui está o frasquinho, pode ir ali à casa de banho (que por acaso tinha o símbolo de mulheres...). Lave bem as mãos, lave também o dador e cuidado para não deixar resíduos no mesmo.
(Desculpe??? Na casa de banho? Das mulheres? Assim, sem mais nem coisa? Lave as mãos e o dador? E os estímulos? Onde estão os estímulos???)
Diz-me o senhor doutor:
- Na parte de dentro da porta há um fecho para sua privacidade.
(Bom só faltava ter que fazer a tal da colheita sem estímulos e ainda me arricar a que entrasse a matrona de 60 anos que lá estava a fazer análises ao sangue pela porta a dentro... Aliás, só a idéia dessa possibilidade era suficiente para que a colheita morresse por ali...)
- Quando acabar, leve esse frasco ali ao meu posto de trabalho?
(E já agora não quer também um cafézinho, não???)

Bom... Análise, é análise e se já molhei as mãos a fazer colheitas de um líquido amarelo que o dador também expele, porque não tentar concentrar-me neste novo desafio?

Mas não é fácil... Casa de banho. Sanita com a tampa para cima (deve haver aí uns tarados a quem isso servisse de estímulo. Não é o meu caso...). Azulejos cor de fralda de bébé usada. lavatório asséptico e, para facilitar a coisa, um espelho enorme na parede.

Sim. A coisa já é gira, sem qualquer estímulo, e ainda um espelho para a malta poder ver-se enquanto tenta levar a colheita a bom termo. Quem foi a mente brilhante que resolveu fazer daquela casa de banho o ponto de recolha destas colheitas? Com um espelho daquele tamanho?

E o frasco?... Estas colheitas não são propriamente auto-dirigíveis. Como é que querem que uma pessoa se concentre o suficiente para conseguir fazer a colheita e, ao mesmo tempo, consiga acertar na porcaria do frasco que se fosse mais estreito era uma verdadeira proveta... Agora já conheço o verdadeiro conceito de bébé-proveta...

Enfim... Eu pergunto: Se não querem dar estímulos visuais aos utentes, porque não tentar a colheita assistida? A senhora da recepção até seria uma boa ajuda... Ou talvez não... Ou será que o facto de a casa de banho disponível ser para senhoras é entendido como estímulo suficiente?

Senhores, já não sou adolescente... A coisa já não funciona assim...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Assim vai a cultura em Portugal II...

Diz a nota de imprensa do Ministério da Cultura/Instituto dos Museus e da Conservação: "Tendo, nos termos da lei, o Museu Nacional de Arte Antiga ficado na dependência do Instituto dos Museus e da Conservação e impondo-se, consequentemente, a existência de uma relação de boa cooperação pessoal e institucional do Director do Museu com o Director do Instituto dos Museus e da Conservação, afigurou-se melhor para o futuro do Museu Nacional de Arte Antiga a nomeação de uma outra pessoa".

Ou seja, por muito bom profissional que sejas, convém que simpatizem muito contigo ("boa cooperação pessoal"...) para que continues no lugar onde, por acaso até já deste excelentes provas de competência...

Independentemente do valor que o novo director nomeado possa ter (esse senhor não está em causa), parece que a palavra de ordem é: Quem não está comigo, está contra mim.

Volto a dizer: Senhora Ministra demita o presidente (sim, com letra pequena porque não merece mais do que isto) do Instituto dos Museus e da Conservação e, aproveite a boleia e demita-se também.

É que já estamos fartos da incompetência a que nos tem habituado!

Assim vai a cultura em Portugal...

Dalila Rodrigues foi afastada do Museu Nacional de Arte Antiga... Segundo o Director do Instituto dos Muses e Conservação porque manifestou publicamente divergências em relação à política do mesmo.

Acontece que, com esta directora, o MNAA beneficiou da angariação de fundos privados que permitiram a recuperação de tectos que entretanto tinham caido, bem como a organização de exposições temporárias e outras iniciativas que contribuíram para a duplicação do número de visitantes, de71.973 em 2003 para 192.452 em 2006. Simultaneamente, as receitas aumentaram de 250.000 para mais de um milhão de euros.

Por tudo isto, acho perfeitamente inadmissível que uma profissional que deu largas provas de grande competência seja afastado do seu cargo público por divergências de opinião em relação ao Instituto que tutela os Museus em Portugal.

Se o director deste Instituto tentasse replicar o excelente exemplo dado por Dalila Rodrigues no que diz respeito à valorização de um Museu, talvez Portugal não tivesse os seus Museus ao abandono e subsídio-dependentes.

Mas esta classe política prefere a subserviência e dependência dos apoios estatais (para poder controlar melhor as opiniões) do que ter pessoas capazes e com iniciativa à frente das instituições.

Dalila Rodrigues foi vítima do seu profissionalismo e sucesso. Num país cheio de mentes medíocres e inveja, quem sobressai corre estes riscos.

Senhora Ministra, em vez de afastar Dalila Rodrigues afaste o presidente do Instituto. E já agora aproveite o ímpeto e afaste-se a senhora também. É que com medidas destas a cultura nacional nunca sairá da mediocridade onde a senhora parece sentir-se tão à vontade!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A derrota de António Costa e da sua Campanha

Diz Rui Teixeira Santos, no Semanário: "Nunca tinha acontecido. Numas eleições todos os candidatos perderam. António Costa está politicamente liquidado. O número dois do Governo socialista, com todos os apoios e meios, com a comunicação a fazer o frete, e, sobretudo, depois do desastre da gestão do processo por parte do PSD e das suspeitas contra a gestão anterior, ter apenas 29% dos votos, é uma derrota sem precedentes na história do PS. Ainda por cima, com mais de 62% de abstenções, o que naturalmente beneficia os partidos maiores."

Ao contrário do que anda toda a gente a dizer, eu concordo com a análise do Rui Teixeira Santos. O António Costa perdeu as eleições de Lisboa. Se, ainda por cima, pensarmos que a pré-campanha começou com números perto dos 35% para António Costa e que os 7 vereadores eram quase uma certeza (na altura a grande preocupação das restantes forças era fazer com que ele não chegasse aos 8 e mesmo aos 9), o resultado final dele (29% - menos 6%!) é desastroso.

E a história da abstenção sem precedentes não é explicação para estes resultados. Porque como maior partido no panorama político nacional, o PS deveria ter feito uma campanha que mobilizasse os eleitores. Também aí falhou António Costa.

E analizando a performance de Helena Roseta e o erro de, ao contrário de Carmona Rodrigues, não ter o seu nome no boletim de voto, ainda maior derrota se pode dar a António Costa. É que a arquitecta foi perdendo votos desde o início da campanha mas, ao contrário do que se poderia esperar, não foi para António Costa mas sim para Ruben de Carvalho e para José Sá Fernandes. Ao não conseguir capitalizar a perda de votos de Helena Roseta, António Costa perdeu.

Pelo que diz o Rui Teixeira Santos (e que eu concordo) e pelos outros dados, eu acho que a campanha de António Costa foi mal conduzida. Não seria de esperar a maioria absoluta. Mas os 7 vereadores (ou mesmo os 8) seria um resultado atingível. Sobretudo sabendo que o Governo deu uma grande ajuda à candidatura ao esvaziar temporariamente a questão OTA.

Por isso é que, ao contrário do mercado da comunicação e do próprio, que anda a dizer que o LPM contabilizou mais uma vitória eleitoral, eu acho que esta tem um sabor muito grande a derrota... É que o que conseguiu, até a chafarica da esquina teria conseguido...


(Ah... E espero que o grande consultor de comunicação não tenha tido nada a ver com o rídiculo que foi trazer pessoas de fora de Lisboa para as comemorações da vitória...)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

O que isso me irrita...

Um pivot de noticiário que por cada palavra que diz faz sair três hums... E a Edição da Manhã da SiC Notícias tem um senhor que é especialista nisto.

O que isso me irrita... O Bom Dia Portugal é que fica a ganhar. Pelo menos mais um espectador...

O Zé faz falta

Às construtoras que ganham mais porque têm as obras paradas por causa de uma providência cautelar (mas que continuam com o taximetro ligado...).

Aos não sei quantos assessores de um verador sem pelouro (olhó emprego...).

Ao BE que assim se pode gabar de ter um vereador na mais importante Câmara do país.

Em casa dele...

Já em Lisboa... Hum... Deixem-me pensar... Pode ser que...

Não. Decididamente, NÃO!

Supremo?...

Ontem fomos brindados com mais uma amostra daquilo a que o Supremo Tribunal de Justiça, infelizmente, nos tem habituado...

Um acusado de violação de um menor viu a sua pena reduzida porque o menor tinha 13 anos e não 8... E um menor com 13 anos só é violado porque quer...

Depois da história do Público que relatou factos comprovados mas que mesmo assim foi condenado por ter lesado o bom nome do Sporting (clubites à parte). Depois do Estado Português ter sido condenado pela Europa porque estes senhores acham que bater em crianças deficientes é normal e até desejável.

E hoje, a propósito desta última parvoíce (e estou a ser brando na classificação) li num outro blog (peço desculpa ao autor mas não me lembro mesmo onde foi...) que já foram atenuadas penas a um homicida que tinha razão em ficar chateado com a mulher porque esta queimou o jantar (e pumba, em vez de telefonar para a TelePizza, mata-se a cozinheira...) e a um violador de uma cidadã estrangeira porque esta "passeava de calções em plena coutada do macho português"...

E eu pergunto: Com mais altos magistrados da Nação (acima do Supremo, só o Tribunal Constitucional) deste gabarito, como é que não havemos de ter a justiça (sim em letra pequena que isto é demasiado mau...) no estado em que está?

Será que alguém se importa de abrir a porta do congelador e tirar estes senhores de 24 de Abril de 1974? Alguém os acorda e lhes diz que já estamos no Séc. XXI? Alguém?... Quem nos faz esse favor?...

Haja decoro...

Ontem uma reportagem da SIC sobre os preparativos da suposts greve geral acabou com um mimo televisivo.

Numa mesa de reunião discutia-se o escalonamento de pessoas para os directos das televisões e das rádios, tipo "às 7 fazes o directo da SIC e quem faz este pode fazer o da RTP às 7 e meia..."

Eu sei que estas supostas greves cada vez mais passam por tentativas de afirmação das estruturas sindicais junto dos seus pagantes (vulgo sindicalizados). E que essa afirmação será tanto mais forte quanto mais cobertura mediatica tiver.

Também sei que uma iniciativa destas é um pratinho para os meios: Toca a fazer a cobertura não da greve, não das causas que a motivaram, mas sim dos problemas causados a todas as outras pessoas. Vende! E bem...

Mas senhores sindicalistas... Haja o mínimo de decoro. Uma coisa é o que vos leva a fazer este tipo de lutas. Outra é assumi-lo claramente em frente a uma câmara de televisão. Tenham o mínimo de vergonha...

É que a cassete começa a ficar gasta e com "apanhados" destes a malta fica a perceber os verdadeiros motivos das vossas iniciativas.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Os portugueses são tendencialmente de centro-esquerda

Esta não é uma afirmação política. É automobilística. Quem conduz nas auto-estradas portuguesas pode verificar na prática o que digo.

Quando há apenas duas faixas, lá vai o carro na da esquerda, mesmo que circule a 50km hora.

Havendo três faixas ainda é pior. Vai tudo para a do meio. E lá vão calmamente, atrapalhando o trânsito, porque acham que a sua grande "bomba" não é automóvel de menino, para circular à direita.

Por isso é que fico em transe quando sei que a Brisa vai aumentar o número de faixas de rodagem em qualquer auto-estrada. Já sei que naquele troço vai passar a ser o caos, com o Zé Manel a mostrar que tem um carrão, circulando a pisar ovos no meio da auto-estrada.

Quando é que deixamos cair a idéia de que "no meio é que está a virtude"?

Eu assumo. Sou cada vez mais adepto da Direita. Nas estradas portuguesas, entenda-se...

Música ao vivo

Gosto de ouvir música ao vivo. A sério que gosto. Desde que o repertório esteja dentro dos meus gostos musicais, e os músicos saibam o que estão a fazer, dá-me muito gozo estar num bar a ouvir música ao vivo.

Mas nos restaurantes? O que é que dá a uma pessoa para pôr música ao vivo num restaurante?

A idéia de ter que interromper uma garfada só para bater algumas palmas de circunstância (normalmente não gostei do que acabei de ouvir) porque não quero deixar o(s) músico(s) constrangidos, deixa-me louco...

Amigos: Eu vou ao restaurante para comer. Saborear a comida. E de preferência para conversar com quem está comigo. Deixem-me os ouvidos em paz.

terça-feira, 17 de abril de 2007

Bastidores

Gosto de pessoas dos bastidores. A sério que gosto! Trabalhar longe das luzes da ribalta, mas fazendo com que o jogo "vire" a nosso favor, dá gozo.

Eu próprio gosto de me ver como uma pessoa de bastidor. E sinto-me bem nesse papel.

Mas é preciso ter a noção que há bastidores e bastidores. E se o bastidor for apenas uma forma confortável de se esconder de responsabilidades, mudando as coisas por vontade de afirmação, não pela vontade de construção, mas para não mudar o status quo, sem ter que dar a cara, então o bastidor deixa de o ser e passa a toca. Toca, ou covil, das feras. E a fera que tem medo de saltar cá para fora tem, claramente, um problema de personalidade.

Não tenho, nem nunca tive, medo de lutar contra alguns status quo. Mas gosto mais de confrontos directos. Sei lutar nos bastidores, mas não tenho a cobardia de nunca sair de lá.

Caríssimos. Se gostam de manter posições e afirmar pessoalmente as opções de uma organização, então saltem do covil. Assumam essas posições e lutem por elas. Às claras.

É que os bastidores são giros e confortáveis. Mas são escuros... E não bronzeiam...

Vou, vou, fui...

Para quem leu uma breve no Expresso a anunciar uma mudança de cadeiras (de uma agência para outra) fique desde já a saber que a dita breve está desactualizada...

Sim. A experiência foi positiva (sobretudo porque me obrigou a rever a minha "posição" no mercado), mas foi curta.

Não me revi, nem conseguiria fazê-lo na forma de "estar" deste meu novo projecto. E, assim, só restavam duas opções: Ou eu mudava, ou mudava a agência. Como achei injusto fazer qualquer uma das duas opções (porque não me apetece mudar convicções - as minhas ou as de outros) optei pela terceira via: Sair...

E fi-lo antes que a coisa pudesse assumir proporções complicadas quer para mim, quer para a agência.

E agora? Bom... Agora há um mundo de possibilidades. Umas mais desafiantes que outras, umas mais seguras, outras menos.

Mas virar uma página tem sempre escondida este tipo de emoções. "O que é que se irá encontrar no outro lado?". Ainda não sei responder a esta questão. Espero vir a responder brevemente de uma forma clara e simples: "Concretização, gosto e felicidade".

E isso, neste projecto, seria uma miragem, pela qual não me apetecia esperar...

Boa onda

Este fim de semana fui pela primeira vez sozinho para dentro de água... Com uma prancha, entenda-se...

Depois de várias aulas de surf, na Alfarroba Surf School (que recomendo vivamente), optei pelo Bodyboard e, aproveitando uma magnífica prenda de anos, lá me resolvi a tentar a minha sorte nas (boas) ondas da Costa da Caparica.

Apesar de ser altamente maçarico, de não ter feito nada de jeito, lá consegui passar a rebentação! Para quem anda nestas paragens isto é banal. Para mim não é e fiquei muito feliz com o feito. Que é para continuar!

No meio disto tudo, devo esta minha nova "paixão" à Flor do meu jardim (pela insistência e, sobretudo pelas prendas que me "obrigaram" a tirar a assentadeira do sofá e ir em frente), ao Francisco Rivoti (da Alfarroba, pelos conselhos e ensinamentos mas, sobretudo por me ter "contagiado"com o "bicho") e ao Miguel Costa (pela inspiração e exemplo).

E assim nasceu, ou melhor, se concretizou uma paixão...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Comentários aos comentários

Quando iniciei este blog, a idéia era só colocar uns textos soltos, sem grandes pretensões ao que quer que seja. Por isso, tinha assumido que não iria blogar politicamente, até porque é uma área que não quero tornar públicas as minhas opiniões. Para isso há muitos outros blogs, de pessoas muito mais informadas... Ou não...
Mas não resisiti a escrever sobre o "tema" do momento, até porque o mesmo já me chateia, pela sua inutilidade.

Asim, aqui vão os comentários à entrevista de José Sócrates à RTP e RDP, retirados durante o dia de hoje de alguns sites noticiosos da praça. E a seguir os meus comentários aos ditos comentários.

E começou com uma conferência de imprensa:
Marques Mendes
O líder do PSD considerou hoje que a explicações do primeiro-ministro acerca do seu percurso académico foram «muito pouco esclarecedores» e sugeriu a José Sócrates que peça uma investigação sobre todo o processo a uma entidade independente.

«A legitimidade de um primeiro-ministro vem dos votos, não dos títulos académicos. Mas, utilizar um título que não se tem, fazer passar-se por aquilo que não é revela uma falha de carácter, mina a credibilidade e afecta sua a autoridade», afirmou o líder do PSD, Luís Marques Mendes, numa conferência de imprensa.

«Restam muitas dúvidas, o que é muito prejudicial no plano interno e no plano internacional», sustentou Marques Mendes.

Para dissipar todas as dúvidas, Marques Mendes afirmou haver uma única solução, sugerindo a José Sócrates que solicite uma investigação a uma entidade independente, não tutelada pelo Governo.

«Só há uma solução: que o primeiro-ministro tome a iniciativa de pedir a uma entidade independente, não tutelada pelo Governo, uma investigação», adiantou, salientando que «quem não deve, não teme».

Questionado sobre que tipo de entidade é que se estava a referir, o líder social-democrata escusou-se a especificar, argumentando que não lhe cabe a si «concretizar».

O líder a (curto) prazo também não resisitiu:
Ribeiro e Castro
O líder do CDS-PP disse hoje que ainda ficaram algumas questões por esclarecer sobre o percurso académico do primeiro-ministro e sublinhou a necessidade de se acabar de vez com as dúvidas em nome da credibilidade do Governo.

«O CDS não faz política pela chicana pessoal mas segue com preocupação esta situação, porque afecta a imagem, a credibilidade e a confiança que é indispensável ter no Governo», referiu Ribeiro e Castro aos jornalistas.

«É indispensável que a opinião pública portuguesa não tenha uma réstia de dúvida, não só sobre a correcção e lisura do procedimento e percurso curricular e pessoal do primeiro-ministro, mas também que nunca procurou aparentar ser o que não era», frisou.

Para Ribeiro e Castro, por causa desta questão, a imagem do Governo ao longo destas semanas tem saído «beliscada, ofuscada e perturbada».

O PCP também entrou no jogo:
Vasco Cardoso
«O PCP regista o esclarecimento do primeiro-ministro, José Sócrates, sobre o processo que envolveu o seu percurso académico e a sua licenciatura», refere Vasco Cardoso, da comissão política do PCP, numa nota enviada à imprensa.

«Sem prejuízo da utilidade de se ver esclarecida esta questão, não é possível deixar de observar que a mesma tem sido sobretudo utilizada como instrumento de distracção dos reais problemas do país», frisou, sem concretizar quem é que, para o PCP, tem instrumentalizado o tema.
Vasco Cardoso considerou que «mais do que o grau académico, o que conta é o sentido e conteúdo das políticas de direita do Governo PS presidido por José Sócrates».

O dirigente acrescentou que «o que afecta seriamente a credibilidade do primeiro-ministro é o rasto de promessas não cumpridas e as inúmeras decisões que se traduziram no agravamento dos principais problemas do país».

O canditado a destornar o líder a (curto) prazo:
Paulo Portas
«Obviamente a questão pessoal do primeiro-ministro causa estragos na sua imagem e na confiança que os portugueses tinham nele. Esses estragos estão causados», afirmou Paulo Portas, em declarações aos jornalistas.

O outro candidato, ou o que acha que é:
Luís Filipe Menezes
«Do ponto de vista político sinto-me esclarecido, o que não significa que dê uma nota positiva», disse Luís Filipe Menezes à Lusa. Esclarecimentos que, no entender de Luís Filipe Menezes, serviram para colocar um ponto final na polémica, «independentemente do tratamento que a comunicação social queira continuar a dar ao caso».

«O sentimento que tenho é que os portugueses já fizeram o seu juízo e, agora, querem é que o Governo governe. Os portugueses estão é preocupados com o crescimento económico, com o desemprego. Não me parecem particularmente interessados no percurso académico do primeiro-ministro».

E a resposta do visado (por intreposta pessoa):
Pedro Silva Pereira
«O primeiro-ministro deu esclarecimentos e respondeu de forma clara e convincente a todas as insinuações lançadas nos últimos dias sobre as suas habilitações académicas. Perante isto, Marques Mendes teve uma reacção deplorável, de quem quer fazer política com base nos julgamentos de carácter e nos insultos pessoais», reagiu o titular da pasta da Presidência.

Pedro Silva Pereira declarou depois que «só os fracos recorrem ao insulto» e que «os portugueses rejeitam esta forma baixa de fazer política, tal como o fizeram nas últimas eleições legislativas, quando foi lançada [contra o actual primeiro-ministro] uma campanha negra de que todos estão recordados».

Segundo o ministro da Presidência, a proposta de abertura de um inquérito feita pelo líder social-democrata «não passa de uma tentativa de fazer ataques pessoais e de alimentar um folhetim para julgamentos de carácter dos seus adversários políticos».


E agora eu, que não sou mais que eles, mas que também não gosto dos complexos de inferioridade...

Porquê? Porquê este chinfrim todo? O senhor é inginheiro? Não é? Andou a enganar o país? Só porque embarcou na mania nacional que só pode exercer poder quem tem uma licenciatura? A Independente favoreceu-o?
Who cares? Tirando a mania das grandezas que é, infelizmente, comum à maioria dos lusos, Sócrates não fez mais do que a maioria de quem o critica faria nas mesmas circunstâncias. Quais inquéritos, qual perda de "pedestal", qual quê... Este país precisa é de avançar. Continuar a reforma do Estado e da Administração Pública, continuar a retoma económica, reduzir o desemprego. Em suma, de resolver problemas de décadas.
E por muito que não me seja simpático, tenho que concordar com o Luís Filipe Menezes e com o PCP. Deixem-se de lérias e passemos a coisas sérias. Acabou a diversão, voltemos a trabalhar, sob o risco de continuarmos a ver o futuro por um canudo...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Independentemente de tudo o resto

Estou farto desta questão da licenciatura do Primeiro Ministro. Se é licenciado, bacharel, pós graduado ou o raio que os parta. O que eu quero é que exista alguém que governe, que decida e que, independentemente do grau académico, assuma a liderança do Governo.

Por isso, apesar de achar que tarde de mais, gostei de ver o Primeiro Ministro a esclarecer uma coisa que nem sequer deveria ter sido polémica porque, honestamente, ninguém tem alguma coisa a ver com o assunto.

Não gostei de ver é um jornalista que confunde agressividade (que era necessária para mostrar uma suposta independência do canal em relação ao Governo) com estupidez. É que fazer perguntas imbecis e perfeitamente senso comum não prova imparcialidade. Prova imbecilidade...

Também acho piada às acusações à volta dos assessores de imprensa ligarem para os jornais. Então um assessor de imprensa serve para quê? Para ler os jornais e informar o senhor Primeiro Ministro do que foi publicado? Isso não se chama assessoria de imprensa. Chama-se clipping...

Ò meus senhores. Deixem-se de fazer de virgens ofendidas e voltemos lá ao trabalho que o intervalo já acabou.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

E não é que comecei a mudar?...

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens... que ser assim?...

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver
Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

(António Variações)

E foi desta

Não me pareceu o melhor filme dele. Até gostei, mas já vi outros de que gostei mais.

Mas não interessa. Seja por carreira (aquele óscar da pena - que ele de todo não merece), seja por vergonha (de ainda não terem dado o reconhecimento mais do que merecido), o que é facto é que este ano o Scorcese lá levou a estatueta de melhor filme e de melhor realizador.

Sempre gostei de Scorcese. Mas depois de o ter visto com os olhos "emprestados" pelo César, passei a ver um realizador genial. Lembro-me das nossas famosas "discussões" sobre Scorcese/Coppola (engraçado a ligação italo-americana destes dois), ele sempre a favor do primeiro, eu do segundo.

E nunca foram conclusivas as nossas "discussões"... Tiveram um efeito: Eu passei a ver o Scorcese doutra forma e (gostaria de acreditar...) o César viu o Coppola com outros olhos..

E hoje fiquei feliz. Finalmente o reconhecimento. Aquele que o César sempre defendeu, como um dos realizadores mais fantásticos que ele conhecia.

Por tudo isto, apetece-me dizer: César, para mim, este óscar é também teu! Onde quer que estejas, festeja-o como eu festejei.

Conversa de bomba de combustível...

Almada, cerca das 2 da manhã:
"Ai Zéi... Tens capachino?..."
(Para ser lido com entoação de etnia cigana)

Vazio

E depois do adeus, o que será de nós?

Não sei, ainda não consegui dizer adeus. Só um timido até já. Nem sei se alguma vez conseguirei dizer adeus.

Uma coisa percebi. É que sem eles, o nós não tem a mesma força. Mas um dia terá. Precisamente pela força que um dia teve, dada por eles.

Ano novo...

Ano novo, blog novo...

Finalmente consegui fazer desta coisa um blog mais pessoal e com mais de mim. A verborreia vai continuar a ser a mesma, só com um novo aspecto.

Não é melhor, não é pior, é diferente.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

"Why Does My Heart Feel So Bad ?"

Why does my heart feel so bad ?
Why does my soul feel so bad ?

These open doors
(Moby - "Play")

O que esta música consegue reflectir um estado de alma...

terça-feira, 28 de novembro de 2006

A memória não me há de trair...

Não me esqueço.
Daquele gajo alto, das camisas havaianas, das piadas fáceis.
Da sua enorme criatividade.
Dos seus cartoons e caricaturas que faziam chorar. A rir…
Da paixão pelo cinema que contagiava todos à volta.
Dos seus títulos de jornal e trocadilhos.
Do seu see food (trocadilho de seafood).
Não me esqueço porque está. Aqui. Comigo.

Não me esqueço.
Daquela menina tímida.
De sorriso pronto.
Capaz de animar tudo e todos.
Das enormes noites de conversas.
Dos amores e desamores.
Da amizade que tudo permitia.
Das esperas e desesperos.
Não me esqueço porque está. Aqui. Comigo.

Não me esqueço.
Daqueles cabelos encaracolados.
Daquele sorriso de orelha a orelha.
Das primeiras conversas.
Das noitadas a descobrir. Descobrirmo-nos.
Das tampas, uma atrás da outra.
Dos telefonemas cheios de saudade.
Dos corpos cheios de areia, em mais uma tarde de praia.
Não me esqueço porque está. Aqui. Comigo.

Não. Não me esqueço.
Das tardes nas esplanadas. Esplanadas de todo o lado. Com esperas, sem esperas. Com birras, sem birras. Com tampas, sem tampas. Mas sempre com muita gargalhada.
Uma esplanada qualquer espera-nos algures nesse éter…

domingo, 26 de novembro de 2006

Isto é um pesadelo



Perder três dos melhores amigos de uma vez. Não choro por eles que estavam a fazer algo que lhes dava a razão de viver. Choro pela falta que me fazem. E é tanta...

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Férias nos Açores ou The quest for the holly whale...


A missão não era a mais difícil.

Mas a natureza tem destas coisas. Nem sempre nos deixa ver aquilo que procuramos...

Aqui vai o registo diário de umas férias (de 4 a 12 de Junho) em busca do mamífero dos mares. O maior, claro está. Porque o dos saltos rápidos e acompanhante dos barcos, já vi no Sado.

Açores. Essa terra perdida no meio do Atlântico. Uma jóia da natureza, amada por todos os que a visitam. E merecidamente amada...

Dia 1 - O início das buscas

Lisboa - Faial

Quem acha que aterrar no Funchal é uma aventura, nunca o fez no Faial. Azul mar de um lado, verde pasto do outro, pista pequena, avião a travar assim que pousa os trens de aterragem... Uma emoção, sobretudo quando se percebe que o fim da pista se aproxima galopante... Achei que ia conhecer a "horta" logo ali...

Horta, Faial: Peter, Marina; Marina, Peter; Peter, Marina; Marina, Peter; Mar, verde, campo, azul, veleiros, estrangeiros, nacionais. O verdadeiro melting pot...

É giro, isto!Só não encontrei quem me explicasse o que fazia um Jaguar numa ilha que se percorre em menos de uma tarde e que, claramente, não tem estrada para o animal...

Amanhã: Baleias!

Dia 2 - Uma fantasia chamada Pico

Há uma ilha que tem um nome que só acredito pelas fotos: O Pico.
O nome está lá, o dito é que nem vê-lo...

Nuvens, nuvens, nuvens e, nos intervalos, mais nuvens... A ilha é lindíssima! As nuvens é que deixam a dúvida sobre a existência do dito Pico...

Ver Baleias. A idéia era um dos aliciantes para a minha vinda aos Açores. Munido de carro alugado, toca a correr para as Lajes do Pico, Espaço Talassa, para poder ir ver os maiores mamíferos do Mundo!

50 euros para ir ver golfinhos... Menos pago eu na viagem Tróia-Setúbal e já lá vi golfinhos: "Baleias? Não dá para ver?"
"Não foram vistas. Mas se quiser arriscar..."
"Não, muito obrigado. Vim ver Baleias. Golfinhos já vi!"
"Então adeus, seu forreta... Por isto é que gostamos dos estrangeiros... Pagam para ver o que quer que seja..."

E foi o que vi de baleias no Pico... Até o Museu estava fechado. Feriados regionais...O resto do Pico é muito bonito.

Ah! A generosidade das pessoas do Pico é o máximo! Sem mais nem quê, eis dois continentais presenteados com Pão do Espírito Santo. É o máximo!

A viagem Faial-Pico-Faial é muito divertida. Cuidado é com os enjoos...

Dia 3 - Faial, mesmo sem Baleias

Faial: A ilha é mesmo muito bonita.

E perceber o quão pequenos somos perante a força da natureza é impressionante!
Os Capelinhos, a Praia Norte e todas as manifestações desta natureza selvagem são uma lição de humildade para os humanos. Apesar da tragédia, é bom existirem sítios assim!...

Praia e Caldeira é que nem ver... Nuvens, nuvens, nuvens... Já parecia o Pico...

Destaques: - Porto Pim
- Capelinhos
-Vertente norte do Faial
- Praia do Norte - Capelo;
- Restaurante Capitólio
- O Barão
- Taberna do Pim
- Café Internacional (espaço giro, pouca gente, bebidas "telefónicas" muito boas...)
- Peter Café Sport (pura e simplesmente incontornável...)

Grande destaque: As Pessoas! São gente à parte. Generosas e acolhedoras. Só pelas pessoas os Açores merecem uma visita!

Dia 4 - A busca muda de base: S. Miguel

Viagem Faial - S. Miguel.

Conselho: Esqueçam aquela história de fazer o check-in duas horas antes. No Faial 45m chegam...
É que acordar de madrugada para ir directamente para o aeroporto...
Francamente... Nunca me senti tão estúpido... Isto de ser de Lisboa tem consequências parvas... Mas deu para beber uma "Laranjada" (Marca Registada, pelo menos nos Açores): A bebida mais artificial que bebi nos últimos tempos - é o máximo!

Quanto à viagem, foi giro voar num avião que tinha as ventoinhas no lado de fora...
A descolagem teve uma grande vantagem: Deu para perceber que o Pico existe! Acima das nuvens dava para ver a montanha mais alta de Portugal!

A viagem foi gira, com direito a uma turma de putos, com a barulheira inerente...

Ponta Delgada: Finalmente S. Miguel! Hotel Avenida: As saudades que tenho dos Hotel Canal...

Ponta Delgada é aquele misto de vila de provincia com capital de região... É estranho...

Restaurante S. Pedro em Ponta Delgada: Uma descoberta que vale a pena.

Ah! Marcada viagem para ver Baleias. Será que é desta?...

Dia 5 - The quest

Acordar de madrugada, com a excitação de ir ver Baleias!...
Não. Não foi desta... O mar estava agitado e para além de uma acentuada dor nas costas, só uns golfinhos... E o Sado tão perto de Lisboa...

E a mesma história do Pico e Faial: "Ainda ontem vimos três cachalotes"... Porquê sempre três?... Não podia ser outro número? Parece a história do "três, foi a conta que Deus fez"... E foi sempre ontem. Porque não hoje?...

Depois deste desaire, urge alugar um carro para sair de Ponta Delgada e começar a conhecer S. Miguel.
“Este é mais caro, aquele é pior”… Decisões, decisões, decisões… É só um carro… Escolhido, aqui vamos nós!

Costa sul/leste: A ilha é uma imensa Arrábida. Mar e verde por todo o lado.

Viragem para as Furnas. Para além do vulcão dos Capelinhos, aqui estão os Açores do meu imaginário. As caldeiras, tirando o cheiro infernal, são do mais espectacular que já vi.

Parque Botânico das Furnas: Banho de água quente, com um jardim paradisíaco como cenário. Podia passar aqui uma semana que recuperava a sanidade há muito perdida…

Festival de Sabores das Furnas: Introdução a sabores diferentes, com preços acessíveis e com direito a variedades. Uma experiência única!

Saldo do dia: Um dia semi-cheio. Só faltou a Baleiazinha… Até aquela que ontem deu à costa na Ribeira Quente, já morta, foi-se embora quando soube da minha vinda… Acho que vou reescrever o Moby Dick…

Dia 6 – Uma folga nas baleias

Destino: Vertente norte de S. Miguel. Saída para a Ribeira Grande, não sem antes uma passagem pelos Futuristas, para briefing sobre as “minhas” Baleias…

A caminho da Ribeira Grande, desvio para Rabo de Peixe. Conhecer pessoalmente aquela que é apontada como uma das terras mais pobres de Portugal. A chegada, vindo do sul é surpreendente: As enormes vivendas faziam pensar que tudo tinha mudado.
Pura ilusão… As pessoas do lugar não deixam margens para dúvidas. É uma experiência da vida perceber a dignidade na extrema pobreza e degradação.

Saída para Santana para almoço num restaurante que, afinal, está fechado. Alternativa: Ala Bote, na Ribeira Grande. Um dos piores arrozes de marisco que já transpuseram estes lábios… Porque é que não dei ouvidos aos conselhos e não escolhi Cataplana (ou seria Caldeirada?...) de cherne?...

Após a desilusão gastronómica, ala que o bote ficou para trás e ainda há muito para ver.

Caldeiras de Ribeira Grande: Se a natureza houvesse produtos made inChina, estas caldeiras seriam esses produtos quando comparados com as das Furnas… Mas quem mostra o que tem a mais não é obrigado…

Placas a indicar a Lagoa do Fogo. Desafio: Perceber para onde fugiram as próximas placas…
Insistência, porque a visita valeria a pena, com nova abordagem. Desta feita pelo sul. Apesar das nuvens (esse eterno “obstáculo”) lá estava ela. Não na sua plenitude mas a sua beleza não deixava margens para pensamentos negativos.

Descida para a Caldeira Velha, com direito a banho e tudo. É gira, apesar das folhas e ramos no fundo darem uma sensação de que algo mais vivo poderia andar por ali também… Pés mais sensíveis não gostaram dessa sensação.

Rumo ao nordeste que é apresentado como um dos “segredos” de S. Miguel. Curva, contracurva, mais curva e outra contracurva (ou seria ao contrário?) até aos Moinhos da Achada. Espaço lindíssimo, muito bem recuperado e que merece uma visita mais alongada.

A caminho, com episódio “salão de chá”: Momento único, com vacas nomeio da estrada à mistura, ultrapassagens perigosas ao gado vacum e tudo.

Chegada ao Nordeste já noite cerrada. Lisboeta tem a mania de se esquecer que jantar a partir das 21h não é um hábito inteiramente nacional… Sem tempo para ver o que quer que seja (mas mesmo assim deu para perceber que o local merece também uma visita demorada), toca a fugir para outro lado a ver se dá para matar a fome…

E eis que aparece Povoação.
Povoação acolhedora, esta Povoação! Sem fofas mas com todos os ingredientes, são 22h30m e cá estamos nós a comer uma bela pizza que, àquela hora, foi um verdadeiro manjar dos deuses.

Caminho para Ponta Delgada, com direito a mais uma paragem no Festival Gastronómico das Furnas porque as Papas Grossas tinham ficado na memória palativa.

Ponta Delgada nunca me pareceu tão acolhedora e amanhã esperar o telefonema para saber se se pode ir ver Baleias…

Dia 7 – O encanto das Cidades

Não. Ninguém ligou… Não será desta que as Baleias serão vistas. Começo a pensar que será um animal imaginário…

Então vamos conhecer as lagoas. As do outro lado.

“Breathless”. O termo inglês é o melhor para descrever a sensação de ver estas autênticas obras primas da natureza…
Todas, sem excepção, merecem uma visita.

Almoço nas Sete Cidades que, afinal, é só uma e nem sequer cidade aparente ser… Mas que o nome tem um certo encanto, lá isso tem…

Visita ao Vale do Silêncio. Local mágico e espectacular! Pena ser Domingo e os locais irem para lá com as pick-ups a debitarem decibéis suficientes para arruinarem a paz e silêncio ali vividos. Mas a terra é de quem a goza…

300 mil fotos depois, tiradas de todas as vistas descobertas, rumo à costa oeste. Praia da Ferraria. O fenómeno mais incrível que vivi até hoje! Tomar banho de mar ultra-quente em condições únicas é uma experiência que só acredito poder repetir ali, naquele lugar!
Até me queimei no mar. E isto não tem qualquer sentido figurado!
A piscina natural tem o mar a alimentá-la e uma caldeira vulcânica a aquecê-la. Um verdadeiro espectáculo. Imperdível!
Mónica, para além de tudo o resto, Vale do Silêncio e esta Praia só foram possíveis graças a ti. Muito obrigado pelos conselhos!

Mais uma passagem pelas Sete Cidades e rumo a Ponta Delgada para poder buzinar pela vitória de Portugal, graças a um golo do “filho cá da terra”.

Jantar sem grande memória e copos no bar do hotel, esses sim, de muito boa memória. Entretanto a dúvida mantinha-se: Será que amanhã telefonam?...

Dia 8 – O regresso, infelizmente…

Acordar, tomar o pequeno almoço, voltar para o quarto e dormir outra vez… O sono também aperta e, antes que digam mal, deixem dizer que o pequeno almoço no quarto tem menos hipóteses de escolha…

Última saída para ver e, sobretudo sentir, S. Miguel.

Primeira paragem: Plantação de ananases Arruda. Plantinha, ananás miniatura, ananás maior e, finalmente, pronto para a colheita. Bolas que entre a primeira fase a última a coisa demora 18 meses… Duas gestações humanas… É obra!

Novo destino: Lagoa. Lapas, cavacos e cherne grelhado, tudo regado por uma “Especial”. Especial foi este almoço que ficará na memória durante muito tempo, independente da “tia” ter tentado estragá-lo com a sua conversa ininterrupta em altos berros…

Fuga rápida à Lagoa do Fogo que as nuvens deram algum descanso.
E agora sim, em todo o seu esplendor, é um cenário único.

Um chá das 15h (também tem um 5) para conhecer uma das plantações únicas da Europa. É bom, é nosso e merece a pena!

Regresso a Ponta Delgada, com mini visita pela cidade. Infelizmente a primeiras impressões persistem…

Depois de mais uma “Laranjada”, essa bebida deliciosamente artificial, toca a ir buscar as malas ao hotel e ala para o aeroporto que há um carro para entregar.

Mais uma vez, burrice de Lisboeta! Chegar ao aeroporto muito cedo não é só desnecessário, como é pura estupidez… Razão tinha a cara metade…
Nada para fazer e o voo, como seria de esperar, está vazio…

Viagem engraçada, com direito a comissário de bordo VIP e tudo! Os fotógrafos da Grazie é que não estavam lá para registar o momento…

Chegada a Lisboa… E a promessa de um regresso. Para cumprir…

Ah… Não ligaram dos futuristas… Baleias são um animal imaginário. Mito marítimo. Pelo menos aqui foram…

terça-feira, 26 de julho de 2005

Estou preocupado

Quando o melhor candidato da "esquerda" (leia-se PS e só, por favor...) à Presidência da República tem 80 anos e que, quando dá entrevistas ou fala em público, só falta babar-se, fico muito preocupado...

Palácio de Belém = Lar da "Golden Age" (é mais bonito do que terceira idade)?...

É desta que vou esperar que o Manuel Vieira (para quem não sabe é o mítico vocalista dos míticos Ena Pá 2000) consiga ser candidato...

Assim terei alguém em quem votar!...

Eficácia

Se um dos objectivos de um atentado é ter vítimas e, por isso, ser notícia, não há nada mais eficaz que um bombista suicida...

Ironia

Para mim foi a ironia do ano:

Milennium BCP patrocinador oficial do concerto dos "Humanos".

O bastião da Opus Dei patrocinou o concerto de um grupo que homenageia um dos primeiros cantores portugueses a assumir publicamente que era gay...

terça-feira, 12 de julho de 2005

Longa Ausência...

Há muito que não escrevia neste Blog. Uma longa ausência, provocada por uma preguiça desconcertante...

Tentarei não me ausentar tanto tempo outra vez.

quarta-feira, 27 de abril de 2005

E depois do Adeus

A semana passada dei por mim a discutir a importância de ainda se comemorar o 25 de Abril com pompa e circustância, despendendo valores enormes em festas que têm mais de eleitoralistas do que de verdadeiro sentimento.

Mas dei por mim a voltar a comover-me ao ouvir a "Grandola". E não me comovi só pelo significado político que a mesma tem. Comovi-me porque pensei num jovem contestatário, com inúmeros sonhos e ideais, sem saber o que lhe aconteceu. Comovi-me por nostalgia...

E depois pensei que o fundo desse jovem ainda cá anda. Não desapareceu, refinou-se. A contestação ainda existe e consubstancia-se num "eterno não". A dúvida metódica que motivava grande parte da contestação ainda está presente.

É nesse fundo que se baseia a vida no dia-a-dia. E as convicções não desapareceram. Deixaram de ser publicitadas. Agora são vividas.

Depois do Adeus veio um Olá. E é esse Olá que me faz viver...